Silêncio do Sol


O Sol apresenta desde o último ano níveis de atividade bastante baixos. Ele nunca esteve tão discreto, pelo menos não nos últimos 100 anos. Mas por quanto tempo ele vai ficar quieto?

Durante o ano passado não aconteceram manchas solares em 266 dos 366 dias do ano, mais de 73% do ano sem atividade. Mas na metade do ano passado alguns cientistas já alertavam que os dados estavam surpreendendo. Porém, outros vieram a público dizer que seus colegas estavam fazendo cálculos errados.

Hoje estão todos preocupados, refazendo seus próprios cálculos. Quem dizia que tudo estava normal chegava a afirmar que 2008 marcaria o Mínimo solar, e já estaríamos entrando em uma fase ascendente, rumo ao próximo Máximo Solar, previsto para ocorrer em 2012.

Mas o Sol continua a desmentir qualquer previsão, pois os primeiros dados de 2009 indicam que este ano pode ser ainda mais calmo em termos de manchas solares do que o marasmo de 2008. Até 31 de março não haviam sido registradas manchas solares em 78 dos 90 dias de 2009 o que corresponde a 87% de silêncio solar.

Mínimos Solares

Os mínimos solares ocorrem a cada 11 anos, como parte natural de um ciclo solar, descoberto pelo astrônomo alemão Heinrich Schwabe, ainda no século XIX.

As manchas solares são ilhas de magnetismo de tamanho similar ao de um planeta, que surgem na superfície do Sol. São elas responsáveis pelas tempestades solares, ejeções de massa de corona solar e emissões intensas de raios ultravioleta.

Schwabe fez um gráfico com os números de manchas solares e percebeu que os picos de atividade eram sempre seguidos por um período de calmaria, separados entre si por 11 anos. Isto tem sido verdade nos últimos 200 anos. O ciclo atual começou em 1996, ou seja, o seu Mínimo Solar deveria ter acontecido por volta de 2007.

Além de poucas manchas solares, ainda tem ocorrido ventos solares mais fracos. Segundo medições da sonda espacial Ulysses, houve uma queda de 20% na pressão do vento solar desde meados dos anos 1990, o menor desde que as medições começaram nos anos 1960.

Os ventos solares mantém os raios cósmicos galácticos fora do Sistema Solar. Com a diminuição do vento solar, mais raios cósmicos penetram no nosso sistema, resultando em maiores riscos para os astronautas, que não estão protegidos pela atmosfera terrestre. Ventos solares mais fracos também resultam em menos tempestades geomagneticas e menos auroras boreais e austrais.

Outras sondas espaciais da NASA também revelam que, desde o Mínimo Solar de 1996, o brilho do Sol caiu 0,02% no comprimento de onda da luz visível e 6% no comprimento de onda ultravioleta.

Estas variações são suficientes para produzir efeitos importantes porque a atmosfera superior da Terra recebe menos calor do Sol. O que é bom para os satélites artificiais que passam a sofrer menos arrasto, podendo aumentar sua vida operacional. Mas, por outro lado, isso também significa que o lixo espacial vai ficar mais tempo em órbita, oferecendo risco para esses satélites e para todos os que ainda serão lançados.

Se esse período de calmaria durar mais 1 ano, o atual Mínimo Solar superará os mínimos registrados em 1913 e 1901.

1 comentários:

Gisele Krama disse...

O silêncio do sol servirá além de tudo para alimentar os argumentos de pessoas que ganham dinheiro, e muito dinheiro, sobre a pseudociência. Boa sorte aos cientistas que tentam explicar "verdades" sobre o efeito de articulações e manobras de "demagogos"das falsas crenças.